ABNT NBR ISO 23125: Requisitos de Segurança para Tornos

Este artigo explora a norma ABNT NBR ISO 23125:2025, que estabelece os requisitos de segurança para tornos e centros de torneamento. O objetivo é apresentar de forma didática, objetiva e acessível os conceitos técnicos essenciais para profissionais e iniciantes.


Entendendo a norma ABNT NBR ISO 23125

A ABNT NBR ISO 23125:2025 é uma norma técnica brasileira baseada na ISO 23125 internacional. Ela define os requisitos de segurança para tornos convencionais e CNC, abordando riscos como ejeção de peças, contato com partes móveis, cavacos, ruído e falhas no sistema de comando.

A norma se aplica a tornos utilizados na usinagem de metais e é essencial para projetistas, fabricantes, integradores e operadores.


Grupos de tornos e seus modos de operação

A norma classifica os tornos em quatro grupos:

GrupoTipo de tornoControleExemplos
1ManualSem CNCTorno de bancada simples
2CN limitadoCNC parcialTorno com painel limitado
3CNC completoCNC totalCentros de torneamento
4AutomáticoPrograma fixoLinha de produção automatizada

Cada grupo permite determinados modos de operação:

  • Modo 0: Manual
  • Modo 1: Automático (CNC)
  • Modo 2: Ajuste (configurações seguras)
  • Modo 3: Serviço (manutenção controlada)

Exemplo: no Grupo 1 (tornos manuais), apenas o Modo 0 é permitido. No Grupo 4, apenas o Modo 1 é obrigatório.


Zonas de risco e principais perigos cobertos

A norma define situações de perigo típicas em tornos:

  • Ejeção de peças ou ferramentas
  • Contato com partes móveis (fuso, porta-peças, transportadores)
  • Cavacos, líquidos de refrigeração e ruído excessivo
  • Riscos elétricos e falhas do sistema de comando
  • Riscos ergonômicos e de postura

Esses perigos são tratados por meio de:

  • Proteções fixas e móveis intertravadas
  • Parada de emergência e controles reduntantes
  • Requisitos de visibilidade, iluminação e indicação
  • Limitações de velocidade, rotação e curso

Medidas de segurança por grupo

Grupo 1: tornos manuais

  • Proteção frontal simples
  • Dispositivo para retenção de cavacos e respingos

Grupo 2: CNC limitado

  • Intertravamento do painel e proteção frontal
  • Requisitos de velocidade reduzida no modo de ajuste

Grupo 3: CNC completo

  • Proteções completas, plataformas e enclausuramento
  • Comando seguro, sensores e parada automática

Grupo 4: tornos automáticos

  • Operação ininterrupta com proteções fixas permanentes
  • Controle por programa fixo, sem intervenção do operador

Ensaios de impacto e classes de resistência (Anexo A ao C)

A norma exige ensaios para verificar se as proteções suportam impactos. São definidos:

  • Projéteis padrão (massa, dimensão e velocidade)
  • Classes de resistência A1 a C3 (de 781 J a 8000 J)
  • Cálculos de energia cinética (Je) com base na massa, velocidade e dimensões do projétil

A proteção é aprovada se:

  • Não houver perfuração
  • Não houver soltura do painel
  • Não houver trinca visível

Checklists e verificações (Anexo D)

A norma traz tabelas de inspeção por modo de operação, como:

  • Se proteções estão fechadas antes de iniciar o ciclo
  • Se dispositivos de segurança estão ativos
  • Se velocidade ou ciclo é compatível com o modo selecionado

Sistemas de exaustão e extinção (Anexo E)

Em casos de risco de incêndio:

  • Sistema de exaustão local ou central deve ser interrompido
  • Sistema de extinção (automático ou manual) deve ser ativado
  • Alarme visual e sonoro deve ser emitido

A interface entre torno e sistema de segurança deve ser clara, com diagramas e sensores corretamente posicionados.


Determinação do nível de desempenho (Anexo F)

O PLr (Performance Level Required) é calculado com base em:

  • S: Severidade do dano
  • F: Frequência de exposição
  • P: Possibilidade de evitação

Esses parâmetros definem se o sistema de segurança precisa atingir categoria B, 1, 2, 3 ou 4.

A norma orienta:

  • Como combinar MTTFd, DC e CCF
  • Como validar por cálculo, ensaio ou documentação

Conclusão

A ABNT NBR ISO 23125 é essencial para garantir a segurança de operadores, fabricantes e projetistas. Embora técnica, ela pode (e deve) ser compreendida por quem está iniciando na área.

Dominar esta norma é um diferencial competitivo para qualquer profissional da indústria metalmecânica.


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